Da escola que temos para escola que queremos, um passo grande a ser dado...

dia 20/05/2010


Falar do sucateamento da educação pública no país de uma forma geral é chover no molhado, afinal de contas a realidade está aí escarrada na cara de todo mundo a tempos. No entanto isso não pode, e não deve, ser empecilho para que as vozes dissonantes se calem.
Estamos terminando agora a fase do projeto aonde íamos até as escolas, municipais e estaduais, aplicar as oficinas, dessa forma já é possível fazer um balanço sobre alguns aspectos o que vimos e vivemos dentro delas. Cabe lembrar que embora o balanço seja generalizante, cada escola é uma escola, cada realidade é uma realidade, no entanto as exceções costumam existir para confirmar a regra.
Com relação a estrutura, a precariedade e a cara de prisão é a tônica. Grades e mais grades, portões de ferro, salas subutilizadas, equipamentos de qualidades duvidosas... A impressão que se têm é que para o governo a escola é uma contenção, se os jovens vão aprender ou não pouco importa, mas atrás dos portões de ferro das salas e das grades eles não estarão na rua. Ao professor, diretores, coordenadores, agentes escolar cabe o papel de “carcereiros”, usando a punição como forma de barganha.
É razoável lembrar que nem sempre essa barganha é eficaz, vide as notícias com certa freqüência de casos de agressão a professores, diretores etc. Quando isso acontece os sensacionalistas no melhor estilo Datena de ser apressadamente bradam os quatros ventos: “tolha como os alunos estão violentos! Isso é falta de disciplina de punição!”.
Falta a essas pessoas a percepção de que a sociedade é violenta, a violência na escola é um reflexo de tudo isso, violência essa que se aguda cada vez mais com a situação quase insustentável que vivemos. A real é que os avanços sociais no país, a muito, são pífios, os índices de desenvolvimento humano crescem, quando crescem, a passo de tartaruga, aprofundando cada vez mais esta realidade
Outro brado comum referente aos alunos é “eles ficam depredando a escola! porque não fazem essas coisas na casa deles?”. Oras, existe uma coisa chamada sentimento de pertencimento, óbvio que a aluno não vai sair destruindo a casa (a princípio), no entanto é inegável que a maioria não se identifica com a escola, com os colegas sim, mas coma instituição não. Não a toa as escolas porque passamos que mais conseguem criar um vinculo real com o aluno, e assim o sentimento de pertencimento, são as mais conservadas.
Um exemplo que ajuda na compreensão disto que foi falado: quando uma torcida de futebol vai para um jogo fora de casa, não existe o menor “cuidado” com o estádio do adversário, pelo contrário muitas vezes, no entanto em jogos em “casa” dificilmente essa mesma torcida fará a mesma coisa, a não ser que haja fatos extra-ordinários. Ou seja, identificam o próprio estádio como sendo seu, sendo assim merece cuidados, enquanto qualquer outro estádio é só mais um estádio que não é deles.
Dá escola que temos para a escola que queremos, é notório que existe um abismo, no entanto essa degradação não é de agora e as “soluções” apresentadas, na maioria das vezes, é “mais do mesmo”, utilizasse bordões ultrapassados, vê-se a escola isolada do contexto total. Não é fácil alterar a realidade, isto é fato, no entanto é necessário, e urgente, que busquem saídas e alternativas na prática, mesmo porque o papel suporta tudo, já a realidade...

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